Prevenção e Reabilitação Cardiovascular - page 247

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Antiarrítmicos
ros 40 minutos após administração, sendo a incidência de taquicardia ventricular
(TV) polimórfica de cerca de 4%, com valores superiores em idosos e na pre-
sença de ICC
8,9.
A propafenona e a flecainida são recomendadas para cardioversão de FA de
início recente em doentes sem doença cardíaca estrutural (ou com doença car-
díaca mínima) e são desaconselhadas nos casos associados a ICC, EAM, doença
arterial coronária e hipertrofia ventricular esquerda. Estes FAA contribuem para
aumentar a eficácia da cardioversão elétrica e, em casos selecionados, podem
mesmo ser utilizados apenas no momento em que ocorre o episódio, numa
opção conhecida como
pill‑in‑the‑pocket
.
O vernakalant, um novo agente de uso endovenoso (não disponível para
uso cíinico em Portugal), com prolongamento do período refratário auricular e
efeitos mínimos a nível ventricular, tem mostrado bons resultados na conversão
de FA de início recente (taxa de sucesso aos 10 mn de 48‑62%)
7
. Não deve, no
entanto, ser utilizado em casos com hipotensão, prolongamento do intervalo QT,
bradicardia, ICC (classe III/IV NYHA) ou estenose valvular aórtica grave.
No que respeita à manutenção de RS pós‑conversão de FA os resultados com
FAA são considerados pouco satisfatórios (
intuitively rhythm control is preferred, but
now cannot be achieved without hazard
). De facto, diversos estudos mostraram que,
a longo‑prazo, para além da recorrência da FA ultrapassar 50‑60%, podem ocorrer
efeitos adversos importantes numa percentagem significativa de doentes
7,9
. A amio-
darona tem sido apontada como o fármaco com maior eficácia, mas antiarrítmicos
mais recentes, nomeadamente o dofetilide e a dronedarona, têm mostrado resulta-
dos interessantes na FA paroxística e persistente
11
. A dronedarona, que, no estudo
ATHENA (FA paroxística e persistente), demonstrou reduzir a mortalidade arrít-
mica em 45% e a de causa cardiovascular em 29%, bem como o acidente vascular
cerebral e os internamentos hospitalares relacionados com a FA
12
viria a compro-
meter a expansão da sua aplicação na prática clínica ao obter resultados desfavo-
ráveis (com aumento da mortalidade) em doentes com ICC ou FA permanente
13,14
.
Neste contexto, em doentes mais idosos, com cardiopatia estrutural (sobre-
tudo dilatação auricular esquerda significativa e disfunção sistólica ventricular
esquerda), múltiplas co‑morbilidades, FA de longa‑duração ou prévio insucesso
na manutenção de RS, é comum a opção por uma abordagem mais direcionada
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