Prevenção e Reabilitação Cardiovascular - page 257

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Estatinas e outros antidislipidémicos
hiperlipidemia combinada (hiperapobetalipoproteinemia), as estatinas são capa-
zes de diminuir a taxa de produção hepática de lipoproteínas com apolipopro-
teína (apo) B-100 e relentar, também, a taxa de recuperação da atividade normal
de HMG-CoAR. Estas alterações farmacodinâmicas parecem estar dependentes
do fenótipo e do perfil lipoproteico basal, da estatina escolhida da dose prescrita
e de outros fatores menos esclarecidos
9
.
As estatinas reduzem o LDL-C em 30 a 63%
13-15
. A rosuvastatina é ligeira-
mente mais «potente» do que a atorvastatina e estas mais do que a pitavastatina,
sinvastatina, lovastatina, pravastatina e fluvastatina. Naturalmente, que o que está
em causa é a redução média do LDL-C obtida com a dose máxima de estatina
prescrita e não a procura de doses equivalentes
16
. O efeito redutor das LDL-C
com as estatinas pode ser maximizado pela combinação de um inibidor de absor-
ção intestinal do colesterol (ezetimiba) ou de um sequestrador dos ácidos biliares
(não disponíveis). Contudo, as estatinas não são particularmente seletivas na afe-
tação das diversas subfrações de LDL, diminuindo, em cada doente, a subfração
predominante
16
.
Os triglicéridos (TG) tendem a diminuir cerca de 20-40% (dependendo da
estatina e da dose usada). Regra geral, a atorvastatina e rosuvastatina tendem a
ser mais eficazes na redução dos TG (14-33%) e a redução a ser maior nos doen-
tes com hipertrigliceridemia. As estatinas têm também um efeito mais modesto
de incremento (± 5%) do colesterol das HDL (HDL-C). O efeito das estatinas
sobre o HDL-C, não completamente discernido, foi, inicialmente atribuído à
modulação favorável da expressão da apo A-I, mas pode resultar, possivelmente,
da inibição da proteína de transferência dos ésteres de colesterol (CETP) ou dos
efeitos inibitórios sobre o microRNA33 hepático (miR33) e da interferência no
efluxo de colesterol dos macrófagos, mediada pela ABCA-1 (
ATP-binding cassette
transporter
)
17
. O significado clínico deste efeito não está resolvido.
Do ponto de vista farmacodinâmico, as estatinas aumentam também a
expressão da pró-proteína convertase subtilisina/kexina tipo 9 (PCSK9), incre-
mentando, assim, o catabolismo lisossómico do LDLR
21
. Além disso, modulam
igualmente a absorção intestinal de colesterol. A expressão fenotípica diversa de
doentes «hiperabsorvedores» e «hipersintetizadores» parece condicionar a res-
1...,247,248,249,250,251,252,253,254,255,256 258,259,260,261,262,263,264,265,266,267,...404
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