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Pedro Marques da Silva, Carlos Aguiar
Curiosamente, a cinética das estatinas não parece ter um efeito relevante
na atividade hipolipemiante individual, tendo em conta a resposta homeostática
decorrente do seu efeito farmacodinâmico (a inibição farmacológica determina
um aumento da HMG-CoAR, nos microssomas hepáticos, em cerca de 6-10 x).
A atorvastatina e a rosuvastatina têm uma semivida (t½) longa (próxima das 20
horas, enquanto que, por exemplo, a da pitavastatina é de 12 horas; todas as
outras têm uma t½ próximas das quatro horas. Uma t½ mais longa pode, even-
tualmente, ser mais favorável em doentes menos aderentes ou ser útil aquando a
«intolerância ao tratamento» (preceituando esquemas terapêuticos opcionais, e.g.
alternância diária)
10
. Alguns autores
9
admitem que a perenidade dos níveis plas-
máticos pode influenciar eventuais «efeitos pleiotrópicos», caso da diminuição da
proteína C reativa (CRP). No entanto, mesmo neste caso, o significado, em ter-
mos prognósticos, não é claro
11
nem circunscrita a esta intervenção terapêutica
12
.
Da inibição da HMG-CoAR resulta a diminuição das concentrações hepáti-
cas de colesterol (Figura 1), com o aumento subsequente da expressão e da reci-
clagem dos LDLR nas membranas celulares hepáticas e o incremento da depu-
ração das lipoproteínas aterogénicas do plasma. No entanto, nos doentes com
↓
Biodisponibilidade microssomica celular de colesterol
↓
Secreção VLDL
↓
LDL
■
Modelos animais
■
Humanos
↑
Degradação intracelular apoB
↓
Lipoproteínas com apoB
↓
Secreção”direta” de LDL
■
Modelos animais
■
Humanos com FH
↑
Clearance das LDL e apoB-LP
↑
Recetores LDL hepáticos
Figura 1
Consequências da inibição da HMG-CoAR pelas estatinas
… Levando à redução do CT, apoB, LDL-C e TG