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Mário Oliveira
para o controlo da frequência cardíaca. Efetivamente, o controlo da resposta ven-
tricular é utilizado na maioria dos doentes como parte integrante do tratamento
a longo prazo, e é tão eficaz quanto o controlo do ritmo (com FAA) na melhoria
dos sintomas da FA, na taxa de mortalidade e na qualidade de vida
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. Para além
disso, o controlo da frequência cardíaca é mais efetivo e menos dispendioso do
que o controlo do ritmo. Os fármacos comummente usados são os bloqueadores
β
, os bloqueadores dos canais de cálcio não‑dihidropiridínicos (verapamil, dil-
tiazem) ou a digoxina (Figura 1). O objetivo consiste em manter uma frequência
cardíaca dentro dos 60 a 80 bpm, mas também, o controlo sintomático e a pre-
venção da disfunção ventricular esquerda.
A investigação que decorre com novos agentes, com influência em múltiplos
canais iónicos das células cardíacas ou com ação seletiva para o tecido auricu-
lar, pode vir a apresentar melhores resultados tendo em conta o potencial para
modificação do substrato subjacente ao início e manutenção da FA.
Tabela 1
Classificação dos antiarrítmicos (Vaughan‑Williams)
Classe
Medicamentos
Ação
Ia
Ib
Ic
quinidina, procainamida, disopiramida
lidocaína, mexiletina, fenitoina
flecainida, propafenona
bloqueio dos canais
de sódio
II
propranolol, metoprolol, bisoprolol,
atenolol, nebivolol, nadolol, esmolol
Sem
supervisão
III
amiodarona, sotalol, dofetilide,
dronedarona, bretilio
$ 4.915
IV
diltiazem, verapamil
$ 1.583
não classificados
adenosina, digoxina, sulfato de magnésio $ 1.367
*vernakalant – bloqueio de múltiplos canais iónicos (no tecido auricular)