Prevenção e Reabilitação Cardiovascular - page 286

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Manuela Abreu, Sofia Barbosa, Ricardo Prata
Trimipramina
Surmontil® 50‑150 mg
(dose inicial 25mg)
(dose máx.200 mg)
Maprotilina
Ludiomil®
75‑150 mg
(dose inicial 25 mg)
(dose máx.225 mg)
risco de convulsões
Os efeitos cardiovasculares e toxicidade dos ATC encontram‑se bem docu-
mentados em doentes deprimidos sem doença cardíaca
14‑15
. A manifestação mais
frequente é o atraso na condução intraventricular que se traduz no prolonga-
mento dos intervalos PQ, QRS e QT, no eletrocardiograma de repouso
16‑18
. Ele-
trofisiologicamente, têm um efeito
quinidina‑like
. O aumento da condução intra-
ventricular pode ser perigoso nos casos de:
overdose
, em doentes com defeito
prévio de condução, e ainda, em doentes medicados com antiarrítmicos da classe
I (bloqueadores dos canais de sódio)
19
. Quando em sobredosagem, estes fárma-
cos podem provocar bloqueio auriculoventricular completo e arritmias ventricu-
lares de reentrada, que podem ser fatais.
Pelos motivos acima expostos temos de ser muito cautelosos no uso des-
sas medicações em doentes deprimidos na vigência de defeitos da condução,
em particular, na presença de bloqueio completo de ramo, já que têm um risco
aumentado de bloqueio auriculoventricular completo, ou de grau avançado, rela-
tivamente aos doentes sem defeito de condução. Torna‑se assim necessária a
atitude prudente de obter um eletrocardiograma antes do início do tratamento e
estabelecer um plano de vigilância posterior.
A história dos
inibidores seletivos da recaptação da serotonina (SSRI)
é
bastante mais recente, mas, tendo em conta o seu perfil de maior tolerabilidade
e menos efeitos secundários, são hoje os antidepressivos mais prescritos.
Os inibidores da recaptação da serotonina atuam no bloqueio da recaptação
da serotonina quer a nível pré‑sináptico do axónio terminal, quer a nível soma-
todendrítico, do neurónio serotoninérgico. Inicialmente, o efeito antidepressivo
era atribuído, quase em exclusivo, à inibição a nível pré sináptico do axónio ter-
minal mas posteriormente, considerou‑se a ação, a nível somatodendrítico, o
mais pertinente na explicação dos efeitos antidepressivos. Também se considera
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