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Antidepressivos e ansiolíticos em doentes cardíacos
que a atividade a nível dos recetores pós‑sinápticos seja responsável pelos efeitos
secundários e a dessensibilização destes recetores, à tolerância a esses mesmos
efeitos secundários da inibição da recaptação
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Na Tabela 3 estão assinalados os principais efeitos deletérios associados a
cada um desses recetores pós sinápticos.
Tabela 3
Efeitos dos SSRIs e recetores pós sinápticos
Receptor
Efeito
5HT1A hormonas, depressão, ansiedade, cognição, inibição de neurónios piramidais
5HT2A sono – acordar noturno, alucinações, inibição da DA ‑ acatísia, lentificação psicomotor,
parkinsonismo, apatia, diminuição da líbido; excitação GLT, excitação de neurónios
piramidais – mioclonias durante a noite,agitação,depresssão,ansiedade,disfunção sexual
(mirtazapina antagonismo 5HT2A/2C,3)
5HT2C aumento do apetite e ganho de peso, depressão (atípica), cognição, regulação DA e
NA, agitação, ansiedade, disfunção sexual
(fluoxetina antagonista 5HT2C, mirtazapina antagonismo 5HT2A/2C,3;
agomelatina antagonista 5HT2C)
5HT3
náuseas e vómitos, diarreia, regulação de interneurónios inibitórios
(mirtazapina antagonismo 5HT2A/2C,3)
5HT4
motilidade intestinal, diarreia
5HT6
fatores neurotróficos, memória longo‑prazo
5HT7
ritmo circadiano, humor, sono
Assim, atendendo à sua eficácia e sobretudo ao perfil mais favorável de efei-
tos secundários, os SSRIs tornaram‑se uma escolha primordial. Relativamente aos
ATC podemos ainda referir que os SSRIs apresentam uma margem de segurança
superior relativamente à dose, sendo também por isso uma opção preferencial
nos doentes cardíacos com depressão. Contudo, não são destituídos de efeitos
deletérios, como sejam, um eventual aumento da duração do intervalo QTc no
eletrocardiograma ou hipotensão ortostática, em doentes sem doença cardio-
vascular, o que suscita preocupação acerca da putativa segurança dos mesmos
medicamentos em doentes cardíacos.
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