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Manuel Oliveira Carrageta, Pedro Marques da Silva
Avaliação da idade biológica
Em Portugal, na última década, como resultado da queda da natalidade e do
aumento da longevidade, houve um importante aumento da população idosa (�
65 anos). O número de idosos ultrapassou o número de jovens pela primeira vez,
em 2000; o índice de envelhecimento – expresso pela relação entre o número de
idosos e de jovens – alcançou, em 2014, os 141 idosos por cada 100 jovens (136
em 2013). Uma parte significativa vive só, cerca de 60% da população idosa (400
964), ou em companhia exclusiva também de idosos (804 577). O aumento da
esperança média de vida, a desertificação e a transformação do papel da família
nas sociedades modernas serão, muito provavelmente, algumas razões – entre
outras – que sustentam esta realidade. Além do mais, os idosos sós são também
aqueles em que o risco de pobreza é mais elevado (30,1%)
1, 2
.
Por todas estas razões, a prestação de cuidados de saúde aos idosos repre-
senta uma percentagem cada vez maior da atividade clínica em Portugal. A pro-
porção de consultas e de internamentos hospitalares é cada vez mais importante
nos doentes idosos. Com a maior esperança de vida, a prevalência de doenças
associadas à idade vai continuar a aumentar. Muitos epidemiologistas e demógra-
fos consideram que o futuro dos cuidados médicos é o da medicina dos idosos.
Idade biológica
Um trabalho recente tentou discriminar qual a «verdadeira» idade car-
díaca – como uma medida do risco de doença cardiovascular (CV) – numa
população de quase 600 000 indivíduos adultos, entre os 30 e os 74 anos,
incluídos no
Behavioral Risk factor Surveillance System
, e concluiu que a dispari-
dade entre a idade cronológica e a idade biológica cardíaca era nos homens e
nas mulheres de 7,8 e de 5,4 anos, respetivamente. Em média, 44% dos adultos
desta população tinham uma idade cardíaca superior a cinco anos em relação
à sua idade atual
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