Manuel Oliveira Carrageta, Pedro Marques da Silva
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baixa atividade física e um predomínio de sedentarismo favorece o envelheci-
mento biológico, enquanto um estilo de vida ativo tem um efeito benéfico oposto.
Conclusão
A idade cronológica é um preditor útil de morbilidade e mortalidade. Os
doentes mais idosos são uma população muito heterogénea em termos de enve-
lhecimento, aptidão física, função cognitiva e social. Por isso, tem‑se tentado
encontrar uma definição mais objetiva de idade biológica, para se dispor de um
preditor mais rigoroso do envelhecimento, e procurado avançar na muito difícil
definição de «biomarcadores de envelhecimento».
Embora não se possa obstar o envelhecimento normal, cronológico, é
importante reconhecermos que podemos moderar o «envelhecimento patoló-
gico», obstando, pelo menos parcialmente, aos processos fisiopatológicos (e.g.
inflamação crónica, exaustão e desgaste imunológico) que o sustenta e que con-
diciona a ocorrência do fenótipo da fragilidade
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. Independentemente da herança
genética, o envelhecimento «acelerado» pode ser contrariado pelas escolhas
favoráveis de estilo de vida e pelas condições ambientais a que estejam expostos
os nossos genes. É necessário reforçar a importância da AGG, enquanto processo
diagnóstico multidimensional e multidisciplinar desenvolvido para determinar os
problemas médicos e cognitivos, as capacidades funcionais e as circunstâncias
sociais do idoso. A fragilidade é um estado de vulnerabilidade que implica um
risco aumentado de complicações, nomeadamente cardiovasculares. Estar atento
à fragilidade clínica no idoso é a atitude complementar que sustenta a intervenção
preventiva e clínica. Treino de exercício (sobretudo de resistência) associado a
alimentação adequada e a suplementos de vitamina D, em caso de deficiência,
constituem medidas fundamentais.