Manuel Oliveira Carrageta, Pedro Marques da Silva
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de Holden (ajuizadora do grau de autonomia na marcha), a Escala de Depressão
Geriátrica de Yesavage (que aprecia os aspetos cognitivos e comportamentais
atingidos pela depressão), o MMSE (
Mini‑Mental State Examination
)
de
Folstein
(para avaliação sumária das funções cognitivas) e, finalmente, um questionário de
apreciação da presença ou risco de malnutrição (
Mini‑Nutrional Assessment
). As
insuficiências detetadas implicam, muitas vezes, uma avaliação mais especializada
e definem a necessidade de apoios e de planos assistenciais adicionais
18‑20
.
As elevadas exigências da prática clinica diária, com grande afluxo de doen-
tes, faz com que a maior parte das avaliações geriátricas tendam a ser menos
globais e, frequentemente, mais orientadas para a resolução de problemas. Com-
preender‑se‑á que constrangimentos de tempo e de recursos humanos fazem
com que, em muitos casos – nomeadamente no ambulatório – seja legítimo pro-
ceder a avaliações sucessivas e sequenciais em múltiplas consultas.
Síndrome de fragilidade
Em muitos casos, os idosos estão livres de doenças crónicas, autóno-
mos e funcionalmente ativos. Falamos, então, de «envelhecimento saudável ou
bem‑sucedido», relacionado, aparentemente, com fatores ainda não esclarecidos,
psicossociais e genéticos, que modulam tanto o processo de envelhecimento
Tabela 2
Domínios da avaliação geriátrica global
Avaliação clínica
: exame clínico, com recurso e fundamentado
em meios complementares de diagnóstico
Avaliação física
: capacidade física, marcha e equilibrio, estado de nutrição
Avaliação mental
: cognitiva e afetiva
Avaliação funcional
: autonomia e independência
(atividades básicas e instrumentais da vida diária)
Avaliação social
: família, habitat, recursos económicos e rede social