Paulo Dinis, M. Carmo Cachulo, Lino Gonçalves
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guns casos por terapêutica farmacológica, continuamos a assistir a um aumento
destes fatores, nomeadamente na população mais jovem
7
.
Não modificáveis:
Este grupo inclui os fatores que atualmente ainda estão
fora do nosso controlo, e são constituídos pelas características genotípicas ou
fenotípicas que parecem aumentar a probabilidade de um indivíduo vir a desen-
volver DCV. Salientam‑se a idade, o género e a história familiar ou genética.
História familiar ou genética
Para o desenvolvimento da DCV, qual dos dois terá a contribuição mais rele-
vante. Bastará apenas um deles ou serão complementares na sua ação?
História familiar
Os antecedentes familiares conjugam um cenário genético individual que é
transmitido pelos progenitores, mas que será modulado por fatores ambientais e
comportamentais adquiridos.
A história familiar de DCV é um fator de risco bem estabelecido, capaz de
estimar o risco futuro de DAC
8
. É um preditor independente de outros mar-
cadores como a hipertensão arterial, dislipidémia, diabetes
mellitus
, obesidade
e tabagismo
9
. A história familiar de DAC centra‑se na prematuridade do apare-
cimento da doença, existindo
cut‑offs
recomendados quanto à idade e género:
antes dos 55 anos nos homens e antes dos 65 anos nas mulheres
10
. Sabe‑se que
a probabilidade de desenvolver DAC é maior em indivíduos com familiares que
apresentem eventos cardiovasculares prematuros. Este risco aumenta com o
atingimento de familiares de 1.º grau e também com o maior número de familia-
res afetados
11
.
O estudo
Framingham
refere que a história familiar positiva de DCV ou de
acidente vascular isquémico (AVC) aumenta a incidência de patologia cardíaca:
em 2,4 vezes nos homens, e 2,2 vezes nas mulheres
12
. Bampali e colaboradores,
através do seu artigo de revisão, também referem que a história familiar positiva
em familiares de primeiro grau, se associa a um risco de DCV 2‑3 vezes superior
em relação aos indivíduos sem antecedentes familiares
13
.
