123123
Alberto José de Araújo
Estratégias para deixar de fumar
Como ajudar o fumador com doença cardiovascular
Resumo
O tabagismo responde globalmente pela perda precoce de seis milhões de
preciosas vidas, a cada ano, e a mais de meio trilião de dólares para custear a
assistência médico‑hospitalar decorrente das doenças crónicas não transmissí-
veis relacionadas com o uso do tabaco, segundo dados da Organização Mundial
da Saúde (OMS, WHO
1
). Os efeitos nocivos do tabaco começam desde a tenra
idade ‑ como efeito da exposição do feto ou nos primeiros anos de vida ‑ até à
vida adulta. O fumo do tabaco contém 4700 substâncias, além da nicotina, como
os alcaloides do alcatrão, metais pesados, nitrosaminas, elementos radioativos,
aldeídos e outros agentes altamente tóxicos, diversas destas substâncias são can-
cerígenas.
Entre 55 doenças relacionadas com o tabaco destacam‑se pela sua magni-
tude, as doenças cardiovasculares (DCV), a doença pulmonar obstrutiva crónica
(DPOC), o Acidente Vascular Cerebral (AVC) e o cancro do pulmão e de outros
órgãos
1
. O melhor meio para evitar as doenças relacionadas com o tabaco é não
começar ou parar de fumar. Isto é muito importante, e nunca é tão tarde para
fazer uma tentativa, não importando há quanto tempo o doente tem o diagnós-
tico, ou o quanto é grave o estadio da doença – porque a cessação irá reduzir a
progressão do quadro e melhorar a qualidade de vida.
Atualmente existe oferta de medicamentos e de intervenções comporta-
mentais estruturadas que apoiam as pessoas a deixarem de fumar. As possibilida-
des de parar são dobradas mesmo que o doente opte apenas pela monoterapia,
mas a probabilidade de parar é ainda maior quando são combinadas a farmacote-
rapia e outras estratégias motivacionais, como o aconselhamento cognitivo‑com-
portamental.
