Prevenção e Reabilitação Cardiovascular - page 148

Alberto José de Araújo
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tabagismo. O mecanismo de ação mais provável é que atue na região do
nucleus
accumbens
aumentando a concentração de dopamina e, ao nível do
locus coeruleus
afetando os neurónios noradrenérgicos, e deste modo minimizando os sintomas da
abstinência.
A bupropiona tem‑se mostrado uma excelente opção para subgrupos de
fumadores mais propensos a recaídas, com depressão após deixar de fumar, para
mulheres e, aqueles que possuem alto grau de dependência. Os estudos eviden-
ciam taxas de sucesso na cessação de 30‑36%.
O tratamento inicia‑se uma semana antes da data de paragem, com dose de
150mg pela manhã durante os três primeiros dias, seguido de um comprimido de
150mg pela manhã e outro à tarde (intervalo de 8 horas) durante três meses, ou
em alguns casos, com terapêutica alargada até os seis meses.
As contraindicações e precauções da bupropiona são geralmente relaciona-
das com o risco de convulsão. O uso é contraindicado em doentes com história
de convulsão; TCE; epilepsia; anormalidades na EEG; anorexia nervosa; bulimia;
alcoolismo grave; acidente vascular cerebral e tumor no cérebro. Além disso,
constituem contraindicação absoluta os períodos de gravidez e amamentação.
O uso de inibidores da enzima MAO deve ser suspenso até 15 dias antes
de iniciar a bupropiona. Deve ser evitada ou usada com cautela nos doentes que
utilizem antipsicóticos, teofilina, e esteroides sistémicos, por favorecer o apare-
cimento de crises convulsivas. São contraindicações relativas o uso concomitante
de barbitúricos, pseudoepinefrina, fenitoína, cimetidina, hipoglicemiantes orais
ou insulina.
É preciso um controlo rigoroso da pressão arterial (PA) durante o seu uso.
Caso haja elevação da PA, pode ser necessária a redução da dose diária para
150mg ou, em casos refratários, a suspensão do seu uso. Há contraindicação rela-
tiva quanto ao uso concomitante com benzodiazepinas ou outros sedativos, pelo
potencial destes fármacos causarem dependência: é recomendável não prolongar
o uso além do período restrito do tratamento.
Os efeitos colaterais mais comuns são insónia (30%), boca seca, e convulsão.
Para minimizar a insónia
é
recomendável antecipar a toma da segunda dose até
no máximo 16 horas da tarde. Os doentes com insuficiência renal ou hepática
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