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Estatinas e outros antidislipidémicos
sos, insuficientes hepáticos, insuficientes renais, risco de DDI), está recomendado
o uso de terapêutica menos intensiva baseada em estatina. A resposta terapêutica
deve ser avaliada às 4-6 semanas e a dose de estatina revista em conformidade.
Insuficiência cardíaca (IC)
. Os resultados combinados de diversos ensaios
controlados mostram que as estatinas reduzem em 9-45% a incidência de IC na
doença coronária
29, 30
. Em doentes coronários estáveis ou instáveis, sem história
de IC, a terapêutica intensiva com estatina é mais eficaz na prevenção da IC
26,
31-34
. Ao contrário dos doentes coronários, não há evidência para as estatinas na
prevenção da IC em indivíduos com miocardiopatia não isquémica.
Nos estudos CORONA e GISSI-HF, em doentes com IC crónica e sintomá-
tica, a rosuvastatina não reduziu a mortalidade CV, nem a ocorrência de EAM ou
de acidente vascular cerebral (AVC), apesar da redução do LDL-C
35, 36
. Com base
nestes resultados, as estatinas não devem ser iniciadas em doentes com insufi-
ciência cardíaca em classe III ou IV da NYHA.
Estenose valvular
aórtica
(EAo)
. Estão descritas associações entre a EAo
e o risco de morbilidade e mortalidade CV, tal como entre o colesterol e o risco
de calcificação de próteses biológicas. Estudos não observacionais sugeriram que
a terapêutica intensiva com estatinas atrasa a progressão da EAo. Contudo, no
estudo SEAS, em 1873 doentes com EAo ligeira a moderada, aleatorizados para
sinvastatina (40 mg/dia), combinada ou não com ezetimiba (10 mg/dia), a redução
do LDL-C em 61% associou-se a uma diminuição de 21% nos eventos isquémicos,
mas sem qualquer efeito na progressão da EAo
37
.
Prevenção secundária após AVC
. Os doentes com história de AVC ou
acidente esquémico transitório (AIT) têm risco acrescido de eventos vasculares
cerebrais recorrentes e também de outros eventos vasculares (e.g. EAM). Por
este motivo, as estatinas estão indicadas nos doentes que sofreram um AVC
isquémico com evidência de doença aterosclerótica
38
. Pelo contrário, as estatinas
não devem ser tomadas por doentes com história de AVC hemorrágico
39
.
Doença renal crónica (DRC)
. A prevalência da DRC está a aumentar. Por
motivos diversos, a mortalidade por todas as causas e a incidência de DCV aumen-
tam com o declínio da função renal
40
. As análises
p
ós
-hoc
de ensaios controlados
mostram que as estatinas reduzem as complicações CV na DRC estádio 2 ou
3
41,42.
Em doentes em diálise (4D e AURORA) não foram demonstrados benefí-