Prevenção e Reabilitação Cardiovascular - page 266

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Pedro Marques da Silva, Carlos Aguiar
cios CV das estatinas
43, 44
. Mais recentemente, no estudo SHARP, a combinação
de sinvastatina e ezetimiba reduziu em 17% o risco de eventos ateroscleróticos
em indivíduos com DRC, mas o benefício não foi claro nos doentes sob diálise
45
.
Intolerância às estatinas
Dados epidemiológicos antropológicos, em populações saudáveis, alvitram
que a concentração fisiológica «normal», de colesterol plasmático será 100-150
mg/dl. As populações caçadoras-coletoras tinham (e, em alguns casos exemplares,
ainda têm!) LDL-C de 50-75 mg/dl, ligeiramente superior ao dos recém-nascidos
saudáveis (
30-70 mg/dl), acreditando-se que o nível de LDL-C que faria anular a
taxa de eventos cardiovasculares será de 57 mg/dl, em prevenção primária, e de
30 mg/dl, em prevenção secundária
46
.
Apesar dos múltiplos efeitos adversos que têm sido atribuídos às estatinas, a
terapêutica intensiva redutora do colesterol não está associada a consequências
deletérias, dependentes da maior eficácia obtida, ou a efeitos laterais graves
47,
48
. No entanto, os efeitos adversos com as estatinas – especialmente, as queixas
musculares – são motivos frequentes de não adesão ao tratamento e de inade-
quado controlo da dislipidemia (com maior risco CV). A maioria dos doentes
com antecedentes de queixas e sintomas clínicos durante o uso de estatinas são
capazes de tolerar o reinício do tratamento (mesmo que, por vezes, com uma
outra estatina, uma dose menor ou um esquema alternativo terapêutico)
49
. Mas,
os benefícios clínicos CV auferidos com as estatinas passam por uma aborda-
gem prática adequada, que contrarie a imponderada suspensão do tratamento no
doente em risco e acautele a facilidade na rotulagem de «intolerante às Estatinas».
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