Prevenção e Reabilitação Cardiovascular - page 81

Fatores de risco não modificáveis – história familiar ou genética
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A genética como marcador de risco apresenta a vantagem de manter a
estabilidade ao longo do tempo, ao contrário de outros biomarcadores. O
futuro pode passar pelo desenvolvimento de um teste de suscetibilidade gené-
tica para DCV
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. Até ao momento, a adição de vários polimorfismos genéticos
aos
scores
de risco tradicionais, ainda não demonstrou uma melhoria significa-
tiva de predição do risco
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. Talvez nos faltem ainda identificar outras variantes
genéticas, para conseguir melhorar essa predição no futuro. A complexidade
das interações genotípicas e fenotípicas envolvidas na fisiopatologia das DAC
e a falta do seu conhecimento na totalidade, não permite ainda revelar qual o
papel que a genética virá a ocupar nesta matéria. Atualmente a maioria dos
métodos de diagnóstico genético encontra‑se ainda confinada a laboratórios
de pesquisa.
Em termos terapêuticos, a terapêutica genética mesmo de doenças mono-
génicas ainda não é uma realidade da nossa atividade clínica diária. Por outro lado,
é expectável que as doenças multigenéticas sejam um desafio ainda mais difícil de
vencer. Temos pois ainda um longo caminho a percorrer nesta área e é natural
que estes fatores de risco se mantenham ainda durante muitos anos como não
modificáveis.
Reflexão
História familiar ou genética, qual o papel de cada uma?
Após ponderação dos diversos estudos vemo‑las como complementares
na sua ação. A influência de uma sobre a outra, ou de ambas vai ser sempre
dependente de vários fatores, entre os quais o enquadramento socioeconó-
mico da região ou país, da patologia que está a ser estudada e dos recursos
existentes.
A história familiar é um fator de risco de DCV e um bom preditor genético.
É facilmente obtida através da história clinica, é custo efetiva sendo o ideal para o
rastreio de populações de baixo e médio risco, e espelha outros fatores compor-
tamentais que influenciam o risco cardiovascular global.
Por outro lado, a genética permite‑nos realizar uma medicina cada vez
mais individualizada. Reveste‑se de extrema importância para o estudo de
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