Alberto José de Araújo
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1.2
Exame Físico
Realizar exploração física geral, com interesse especial na monitorização do
peso – o aumento ponderal pode ser uma barreira para iniciar o abandono do
tabaco e provoca a recaída. Os sinais vitais devem ser anotados e a pressão arte-
rial deve ser monitorizada se o doente vier a fazer uso de bupropiona.
1.3
Provas Laboratoriais
Os exames complementares auxiliam no processo de preparação do fumador
para a cessação, tanto para conhecer eventuais perturbações quanto para orien-
tar na escolha das terapêuticas farmacológicas. Na nossa rotina básica sempre
incluímos a realização de radiografia de tórax, eletrocardiograma, espirometria,
hemograma, provas de função hepática, glicemia, lipidograma e bioquímica sérica.
Outros exames para avaliar o grau de dependência e o estado de abstinência
incluem a aferição do monóxido de carbono no ar expirado (COex) e a dosa-
gem de cotinina (principal produto de biotransformação da nicotina) urinária ou
sérica. Os níveis de COex têm relação direta com a percentagem de COHb (10
ppm de CO = 2% COHb) e com o número de cigarros fumados por dia. O ponto
de corte (limite superior da normalidade) é de 6 PPM.
Na nossa experiência, este exame também ajuda a motivar os fumadores
a iniciar o tratamento, pois os níveis de COex caem rapidamente pouco tempo
após deixar de fumar. Um dos fatores limitantes à sua utilização rotineira é o alto
custo do equipamento. A aferição dos níveis de cotinina na urina, sangue ou saliva
são indicadores mais sensíveis para determinar o grau de dependência e compro-
vação da abstinência, contudo o seu custo ainda é elevado.
2.
Anamnese Tabágica
A história tabágica deve valorizar os seguintes aspetos:
• N.º cigarros fumados por dia (dias úteis e em fins de semana), carga tabá-
gica (índice maços/ano).
• Uso: tipo, frequência, tempo para o 1.º cigarro, intensidade da aspiração
e estímulos para acender.
• Nível de Dependência (Escala de Fagerström).
• Tentativas prévias de cessação e motivos das recaídas.
