267267
Estatinas e outros antidislipidémicos
Não há qualquer relação entre o grau de elevação das transaminases (da alanina
aminotransferase, em particular) e a redução percentual de LDL-C ou do LDL-C
alcançado
48
. A incidência de insuficiência hepática em doentes medicados com
estatinas é comparável à da população em geral
16
.
Ainda que seja habitual pedir o perfil hepático no início do tratamento, os
valores pré-tratamento não têm nenhum valor prognóstico, nem indiciam qual-
quer hepatotoxicidade futura. Além disso, alterações pouco importantes do perfil
hepático basal não devem ser consideradas contraindicação ao seu uso em doen-
tes com um risco CV justificável. A monitorização periódica do perfil hepático não
está justificada, ainda que seja razoável rever – semestralmente – nos primeiros
12-15 meses de tratamento ou quando há titulação sucessiva das doses (Figura 4).
Quando se suspeita de hepatotoxicidade (icterícia, mau estar, fadiga, letargia
ou outros sintomas), torna-se necessário avaliar ajuizadamente o perfil hepático,
em particular, a bilirrubina direta (na ausência de colestase, a bilirrubina é o melhor
indicador de hepatotoxicidade medicamentosa!). Se, após uma cuidada avaliação
clínica e laboratorial, não for possível excluir um provável nexo de causalidade
com o fármaco, deve ser parada a estatina e proposta uma alternativa terapêutica.
■
Sem significado
prognóstico, indicador
de toxicidade
■
Não justifica a
monotorização iterada
■
Primeiros 12-15 meses
ou com titulação da
dose
■
Icterícia, mau estar,
fadiga, letargia, ...
■
Perfil hepático
Bilirrubina (sem colestase)
■
Paragem eventual
Figura 4
Perfil hepático e hepatotoxicidade
Conselhos práticos